Tuesday, March 15, 2011

Por muito tempo achei que a ausência é falta

Carlos Drummond de Andrade

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Shakespeare - Sonnets 11

As fast as thou shalt wane so fast thou grow'st,
In one of thine, from that which thou departest,
And that fresh blood which youngly thou bestow'st,
Thou mayst call thine, when thou from youth convertest,

Herein lives wisdom, beauty, and increase,
Without this folly, age, and cold decay,
If all were minded so, the times should cease,
And threescore year would make the world away:

Let those whom nature hath not made for store,
Harsh, featureless, and rude, barrenly perish:
Look whom she best endowed, she gave thee more;
Which bounteous gift thou shouldst in bounty cherish:

She carved thee for her seal, and meant thereby,
Thou shouldst print more, not let that copy die.

William Shakespeare

Monday, February 21, 2011

Que a vida te seja leve




No livro da Luisa Castel-Branco PARA TI encontrei este texto que me emocionou e por me identificar com ele partilho com todos aqueles que lêem este meu blogue.


Que a Vida te Seja Leve

Que encontres muitos amigos ao longo do caminho e sejas capaz de ser fiel a ti mesmo e aos teus princípios. Que o amor te abrace uma e outra vez e quando chegar aquele momento, aquela pessoa, que a saibas reconhecer e agarrar. Que nunca faças nada de que os teus filhos um dia se possam envergonhar. Pensa antes de agir, não desistas dos teus sonhos só porque os outros dizem que são impossíveis. Luta pela vida e respeita o teu corpo. Não desbarates as tuas energias e a tua alma naquilo que é fácil, que é agradável e te traz alegria instantânea. Nada na vida se consegue sem luta. Recorda para sempre esta verdade e abraça os desafios como oportunidades. Duvida dos elogios fáceis afasta-te de quem fala por falar e tem sempre a boca cheia de palavras cruéis sobre os outros. Não aceites as certezas da maioria. Luta pelo que acreditas, mesmo que te sintas só. Nada é tão importante como sermos verdadeiros connosco e olharmo-nos ao espelho e não termos vergonha do que vemos. Respeita a família. A tua e a dos outros. Respeitas os homens e as mulheres que encontras todos os dias, vergados ao trabalho, porque são esses que te merecem. Afasta-te sim de quem vive para as aparências, de quem julga o próximo, seja através da religião, do sangue ou de qualquer outra premissa.

Recorda-te que todos têm medo de algo, e não te envergonhes de dizer o que temes. Nunca mintas a ti próprio. Não te esqueças que no caminho da vida irás muitas vezes escorregar e cair. O que importa é como te levantas e, principalmente, quantas vezes levantas voo. Não te esqueças de amar perdidamente e chorar sem vergonha. Só quem pode saborear o que é grande, imenso e verdadeiro. Por último, nunca duvides que nenhum amor se compara ao que sentes pelos teus filhos. Que possas dizer no final da tua vida que fizeste tudo por eles sendo justo mas firme.E tudo terá valido a pena.



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Pensem nisto e que estes pensamentos vos ajudem na vossa vida.

Shakespeare - Sonnets 12

When I do count the clock that tells the time,
And see the brave day sunk in hideous night,
When I behold the violet past prime,
And sable curls all silvered o'er with white:

When lofty trees I see barren of leaves,
Which erst from heat did canopy the herd
And summer's green all girded up in sheaves
Borne on the bier with white and bristly beard:

Then of thy beauty do I question make
That thou among the wastes of time must go,
Since sweets and beauties do themselves forsake,
And die as fast as they see others grow,

And nothing 'gainst Time's scythe can make defence
Save breed to brave him, when he takes thee hence.

William Shakespeare

Friday, January 21, 2011

Poesia do dia

Quando mo vieram contar, senti o frio
Gustavo Adolfo Bécquer

Quando mo vieram contar, senti o frio
de uma lâmina de aço nas entranhas;
apoiei-me no muro e um momento
perdi a consciência de onde estava.
A noite abateu-se em meu espírito;
em ira e piedade afogou-se-me a alma;
e então compreendi porque se chora,
e então compreendi porque se mata!

Passou a noite de sofrimento...a custo;
pude balbuciar breves palavras...
Quem me deu a notícia?...Um bom amigo...
Fazia-me um favor. Rendi-lhe graças.


Shakespeare - Sonnets 13

O that you were your self, but love you are
No longer yours, than you your self here live,
Against this coming end you should prepare,
And your sweet semblance to some other give.

So should that beauty which you hold in lease
Find no determination, then you were
Your self again after your self's decease,
When your sweet issue your sweet form should bear.

Who lets so fair a house fall to decay,
Which husbandry in honour might uphold,
Against the stormy gusts of winter's day
And barren rage of death's eternal cold?

O none but unthrifts, dear my love you know,
You had a father, let your son say so.

William Shakespeare