Sunday, November 21, 2010

Alma e os Mistérios da Vida



Todos os que me conhecem sabem que eu adoro ler, e este ano em que fui forçada a tirar uma licença sebática da minha vida académica, aproveito para devorar todo o tipo de livros aos quais consigo deitar a mão. Sinto que estou numa corrida frenética para conseguir ler tudo no mínimo de tempo possível como se a minha vida se escoasse sem que eu alcançasse as metas a que me proponho… Sei que é irracional, mas não consigo o evitar… De qualquer modo, estou a divagar e a fugir do que interessa.
O que me interessa falar é do último livro que li, Alma e os mistérios da vida por Luisa Castel-Branco. A vontade de ler este livro surgiu desde da primeira vez que ouvi a autora a falar do seu romance de estreia e desde do primeiro momento fiquei curiosa e com vontade de julgar por mim mesma a qualidade ou não desta personalidade, porque se por um lado admiro esta capacidade de alguém conseguir se dividir e que nem homem renascentista, ser excelente e talentoso em mais do que uma área, no nosso país desconfio muito da qualidade selectiva dos editores do que é ou não literatura de qualidade. Ou seja, e para me explicar melhor, nós os portugueses somos um povo de poetas e temos muita gente com talento mas que raramente é reconhecida e valorizada. E outros que porque têm um nome sonante, ou participaram num ou noutro reality show vêem o seu trabalho publicado independentemente da sua qualidade. É triste mas é este o mundo em que vivemos hoje em dia.
Mas voltando ao Alma e à Luisa Castel-Branco, devo dizer que gostei muito da história e surpreendeu-me da primeira à última página. Basicamente fala da vida de uma menina muito estranha e inteligente, que tinha contacto com o outro lado da vida, a morte e que teve um começo de vida de rejeição da família de origem, mas que foi bafejada pela sorte quando uma senhora se apiedou dela e trouxe-a para uma vida mais que de conforto de amor verdadeiro.
De qualquer modo, é uma leitura que recomendo com veemência. E já que estamos numa de recomendações, aconselho também a lerem E Depois… de Guillaume Musso, que fala da vida da morte e do poder das nossas acções e do amor.

Soneto do dia de Shakeaspeare:

8. Music to hear, why hear'st thou music sadly?
Sweets with sweets war not, joy delights in joy.
Why lovest thou that which thou receivest not gladly,
Or else receivest with pleasure thine annoy?
If the true concord of well.tuned sounds,
By unions married, do offend thine ear,
They do but sweetly chide thee, who confunds
In singleness the parts that thou shouldst bear.
Mark how one string, sweet husband to another,
Strikes each in each by mutual ordering;
Resembling sire and child and happy mother,
Who, all in one, one pleasing note to sing:
Whose speechless song, being many, seeming one,
Sings this to thee, 'Thou single wilt prove none.'

Incertezas



Vivo o presente em sobressalto
Da dúvida e do medo
Faço o meu assalto
À paz, ao sossego
Não sei o que aí vem
No meu futuro
Vejo um túnel negro
Que me sufoca e aprisiona
Que me afoga e me mata aos poucos
Mas numa ínfima parte
Eu guardo uma luz
Uma esperança que a mudança
Ainda que forçada seja
A bonança chegada
E há milénios esperada.
Mas como está escrito
Pelas musas do destino
Tudo tem de piorar
Antes que possa melhorar…


Inês d'Eça a 31 de Maio de 2010 às 23:51

Soneto do dia de Shakeaspeare:


7. Lo, in the Orient when gracious light
Lifts up his burning head, each under eye
Doth homage to his new-appearing sight,
Serving with looks his sacred majesty;
And having climb'd the steep-up heavenly hill,
Resembling strong youth in his middle age,
Yet mortal looks adore his beauty still,
Attending on his golden pilgrimage;
But when from highmost pitch, with weary car,
Like feeble age, he reeleth from the day,
The eyes, ' fore duteous, now convert are
From his low tract and look another way;
So thou, thyself outgoing in thy noon,
Unlookt on diest, unless thou get a son.