Lisboa, 23 de Janeiro de 2008
Sempre me considerei uma boa amiga, quando gosto de alguém gosto verdadeiramente e muitas vezes atribuo esse “título” não tanto a quem demonstra o merecer (independentemente desse mérito existir, ou não) mas mais a quem por esta ou aquela razão, num dado momento da minha vida tocou o meu coração e aí mesmo , desse dia em diante, guardo essa pessoa. E se ela(e) me desiludir? Posso ficar magoada (e normalmente as primeiras vezes que me magoam perdoo) mas não deixo de ser amiga dessa pessoa.
Maior prova de que sou realmente assim é o facto de nunca ter deixado de ser amiga da minha amiga de Infância, apesar de ela se ter afastado de mim, ter perdido o contacto comigo e ao retomá-lo pouco mais temos sido do que quase conhecidas, pelo menos até recentemente, pois aparentemente estamos novamente muito devagar a nos reaproximarmos. Contudo, nunca irei esquecer que um dia sonhamos ser irmãs e fizemos planos de amizade eterna. Mas também não é dela que eu quero falar.
Quero falar dum amigo que de momento esta aborrecido comigo e eu magoada com ele, e como nunca antes (apesar de mais de um mês de desentendimento) eu verbalizei a ninguém o meu lado da questão e ele por seu lado até a quem não devia meteu no mesmo saco, vou aqui expor a minha verdade, de modo a que me digam vocês, quem de justiça deve se sentir ofendido(a), e quem agiu aqui mal.
Antes de começar devo ainda acrescentar, que para mim as amizades não são descartáveis, nem a pessoa A tem que concordar, aceitar e agir de acordo com o que pensa a pessoa B, para que exista uma amizade sincera entre A e B (mal seria do mundo se por uma opinião desacordante as amizades acabassem, de certeza ninguém assim teria amigos. E não é por combinar uma coisa com alguém que por qualquer razão pessoal descombine esse encontro, que me vou ofender com a pessoa, ou fazer um interrogatório do porquê que não veio ter comigo, onde está,etc…
Pois bem, há já alguns dias ambos ocupados, andávamos a desencontrar-nos e um dia por mensagens ele começou de forma até algo inconveniente a perguntar-me aonde eu estava, com quem e o que fazia a x horas fora de casa (comportamento ainda mais premente do que o do meu namorado, a quem o rapaz já tecera duras críticas) e eu não gostando da situação, mas ainda em tom ligeiro, fiz-lo saber que não estava a gostar, porque amigos, amigos, mas isto, calma aí, nem dum amigo se aceita… Ainda tive o cuidado de meio no gozo lhe escrever uma frase em que o sentido fosse, vê lá se não estás a perguntar demais e por falta de outra palavra melhor usei a palavra que o ofendeu imenso: inquiridor ou inquisitivo, sei lá. Meu Deus, duma palavrinha apenas, e sem intenção maligna, o moço lá se ofendeu.
Reação imediata do moçoilo: mandar sms ao nosso restrito grupo de amigos a dizer que nunca mais me perguntava nada e que eu estava a ser infantil e outras coisas do género. Ora se a primeira atitude já me desagradou e ainda assim sempre podia desculpar-lhe a ofensa, a segunda então já pia de maneira diferente, porque se o desentendimento era comigo, nada tinha que meter 3ªs pessoas ao barulho, além de tudo o resto. Desde desse dia já lhe dei a entender que ainda que ofendida não deixo de ser sua amiga e de lhe querer bem, e ele de certa forma, "desprezou" essas minhas atitudes, julgando me talvez hipócrita, e mais uma vez provou-me que ele descarta as amizades com a mesma facilidade que muda de t-shirt. Há algum tempo atrás uma conhecida em comum disse que não podiamos ficar os dois ofendidos mas depois de tudo o que já disse aqui, sinceramente, não sou eu que procurarei uma aproximação... Reservo o direito de me indignar como pessoas tão voluveís.